MARCELO LARROYED
A fim de
potencializar a venda de dois livros seus, O
Casulo Exposto (LGE/Ler Editora, Brasília, contos, sem prazo de validade,
153 páginas, R$ 28) e Trópico Úmido –
Três Contos Amazônicos (Edição do autor, Brasília, sem prazo de validade, 116
páginas, R$ 20), Ray Cunha faz um apelo a seus amigos e leitores a que promovam
ou patrocinem sessões de autógrafos desses livros, em Brasília, Goiânia e
Entorno, ou em qualquer cidade de língua portuguesa. O evento poderá iniciar
com um bate-papo, ou leitura viva, ou palestra, sobre, por exemplo, a geografia
do Casulo Exposto (Brasília) ou do Trópico Úmido (Amazônia). Também o autor
poderá enviar esses livros, autografados, pelos Correios, mediante pedidos, por
R$ 40 o volume. Ao recebê-los, o comprador poderá depositar o dinheiro na conta
bancária enviada pelo autor. O contato deve ser feito pelo e-mail: raycunha@gmail.com
“O Casulo Exposto enfeixa 17 histórias
curtas ambientadas em Brasília. Desde 1987, trabalho como jornalista na cidade,
cobrindo-a amplamente, bem como o Entorno do DF e o Congresso Nacional, o que
me proporcionou conhecer bem essa geografia, inclusive a humana, a qual serviu
para criar personagens e cenário para esses contos” – diz Ray Cunha. “O casulo
é uma alegoria à redoma legal que engessa o Patrimônio Cultural da Humanidade,
a borboleta de Lúcio Costa, ninfa golpeada no ventre, as vísceras escorrendo
como labaredas de luxúria, depravação e morte nos subterrâneos da cidade dos
exilados, exibindo a fauna heterogênea que transita na esfera política e
chafurda nos subterrâneos da cidade-estado, amazônidas que deixaram a Hileia
para trás e tentam sobreviver na fogueira das vaidades da ilha da fantasia;
jornalistas se equilibrando no fio da navalha; políticos, daquele tipo mais
vagabundo, que não pensam duas vezes antes de esconder merenda escolar na mala
do seu carro e dinheiro na cueca; estupradores; assassinos; bandidos de todos
os calibres; tipos fracassados e duplamente fracassados, misturando-se numa
zona de fronteira e penumbra” – comenta o escritor.
O jornalista e
escritor Ray Cunha lança a coletânea de contos O Casulo Exposto
Nascido em Macapá (AP), mas radicado em Brasília desde 1987,
o jornalista e escritor Ray Cunha conhece como poucos as cicatrizes da capital
brasileira. Experiência adquirida em mais de duas décadas como repórter de
cidades e na cobertura intensa do Congresso Nacional. Por isso, não deixa de
ser oportuno que o seu mais recente trabalho, o livro de contos O Casulo Exposto, chegue às livrarias
justamente no momento em que o Senado passa por uma de suas piores crises. (Descobriu-se, em 2009, que o senador
maranhense José Sarney jogou o Senado na clandestinidade, ao assinar atos
secretos, na condição de presidente da casa. Houve um movimento para sua
expulsão, mas o então presidente Lula defendeu-o com unhas e dentes, e Sarney
conservou o mandato.)
“Embora seja todo ficção, o livro fala de um momento atual.
Essa politicalha na qual estamos mergulhados vem do país inteiro, mas Brasília
é a síntese”, comenta o autor, que reúne 17 contos escritos desde 1989. “Nenhum
dos meus trabalhos anteriores foram inspirados em ocorrências jornalísticas.
Este sim. Mas tudo o que acontece na vida de um escritor acaba entrando, de um
jeito ou de outro, na ficção”, observa.
A unidade das tramas esbarra no submundo de Brasília. Ray
Cunha, autor também do romance A Casa Amarela,
explica que o título remete à utopia em que se transformou a capital do país.
Tal ideia está nitidamente expressa no primeiro conto do livro, por meio do
encontro de dois homens, um guia e um engenheiro, num lugar onde, num futuro
não muito distante, será construído o sonho de JK. “O senhor acha que vai dar
certo, gente de toda parte se mudar para cá?”, pergunta o guia ao engenheiro. “Sim.
Aqui, todos serão iguais”, responde.
“O desenho de Brasília também lembra o de uma borboleta. E a
primeira passagem da vida de uma borboleta é o casulo. Um casulo que expõe suas
vísceras que são os subterrâneos”, explica. “Uma Brasília engessada”, emenda.
A intimidade do autor com a cidade é denunciada não apenas
por meio dos temas abordados, seja a política ou as mazelas da cidade, mas
também pela geografia desenhada em histórias que têm como personagens as vias
da cidade como a W3 Sul e a W3 Norte ou um encontro aparentemente casual na Churrascaria
Porcão. “Sou um observador privilegiado da cidade”, diz.
Homens perdidos
MAURÍCIO MELO JÚNIOR
O escritor
Jorge Amado costumava se queixar de algumas ausências na literatura brasileira.
E dizia que a mais gritante delas era a falta de romances sobre o ciclo do
café, como os que foram escritos sobre os ciclos da cana-de-açúcar e do cacau.
Também podemos dizer que ainda não surgiram os escritores que tomaram o desafio
de contar as sagas da busca da borracha na Amazônia e da construção de Brasília
em pleno cerrado goiano.
Neste seu
novo livro de contos e novelas o escritor Ray Cunha, nascido no Amapá e vivente
de Brasília, passa longe da narrativa de homens perdidos na solidão da floresta
ou na poeira das construções incansáveis. O que interessa ao escritor são os
resultados daquelas experiências, são os personagens que ficaram depois das
epopeias.
Os homens e
mulheres que saltam das páginas de O
Casulo Exposto são bastante curiosos. Têm a política no sangue, embora apenas
transitem em torno dela. Veem o poder bem de perto, mas não participam de suas
benesses. Também calejados pelas dores impostas pela opressão da floresta, já
nada os surpreende e a violência pode ser uma forma de defesa ou sobrevivência.
Sim, os escrúpulos são poucos. Ou, citando Jarbas Passarinho, um acriano que
fez carreira política no Pará, “às favas com o escrúpulo”. Em compensação, a
sensualidade aflora na pele dessa gente. O perigo é que também este poder de
encantar e seduzir é instrumento de dominação.
Naturalmente
que a visão que temos aqui está superdimensionada pelos requisitos da
literatura, mesmo assim sua base tem intensos pontos de realismo. E Ray ainda
lhes dá um tratamento recheado de um humor cáustico, em alguns momentos até
cruel. No entanto, este humor nasce do clima noir, o clima dos filmes e livros policiais surgidos nos anos de
1940.
Sem
saudosismos e com muito suspense, os contos e novelas de Ray Cunha nos põem diante
dos brasilienses, esses seres nascidos da junção plena de todos os brasileiros.
E vale muito a pena conhecê-los.
Brasília como ela é
ALDEMYR FEIO
Segue-se
entrevista concedida por Ray Cunha ao jornalista paraense Aldemyr Feio.
O que o levou a escrever O Casulo Exposto?
Costumo
ambientar meus livros na Amazônia, especialmente Belém, minha cidade predileta.
Porém vivo em Brasília desde 1987. Do início de 1996 ao fim de 1997, voltei a
morar em Belém, mas por questões profissionais retornei a Brasília. Uma estada
tão longa nos leva a conhecer bem o ambiente onde vivemos; assim, é natural que
comecemos a escrever algumas histórias com a geografia da cidade onde moramos.
Em 2008, observei que já escrevera 17 contos ambientados em Brasília e com
personagens que são, quase sempre, migrantes, que transitam nas ruas e nos
meios jornalísticos e políticos da cidade-estado. Submeti os 17 contos à
leitura do Maurício Melo Júnior, escritor talentoso e crítico literário bem preparado.
Ele escreveu a apresentação do livro e sugeriu que o levasse ao Antonio Carlos
Navarro, diretor da LGE Editora, que resolveu editá-lo.
Maurício Melo Júnior, ao apresentar o livro,
afirma que “O que interessa ao escritor são os resultados daquelas
experiências, são os personagens que ficaram depois das epopeias”. Por quê?
Um dos fios
condutores de O Casulo Exposto são as
personagens, em geral migrantes, às vezes frustrados ou duplamente frustrados.
As epopeias a que Maurício se refere é a construção de Brasília – uma fase da
cidade que já acabou. Restaram os candangos bem-sucedidos, como o empresário
Paulo Octávio, dono de boa parte da cidade, e muita gente que mora em
assentamentos e invasões. Migrantes continuam chegando, mas agora tudo está
lotado. Os contos, portanto, não enfocam uma epopeia, mas a miudeza do
dia-a-dia na capital da república.
Maurício também afirma: “Ray Cunha ainda
lhes dá um tratamento recheado de um humor cáustico, em alguns momentos até
cruel”. O que ele quis dizer com isso?
Algumas das
personagens dos contos são tragicômicas. Outras, apenas trágicas. Creio que o
humor cáustico a que Maurício se refere é o que costumamos chamar de humor
negro, quando situações, apesar de dramáticas, ou trágicas, contêm, mesmo
assim, viés risível.
Seus romances e contos são, geralmente,
ambientados na Amazônia. Qual a sensação de escrever um livro candango, ou
seja, produzido com as coisas que acontecem em Brasília?
É a mesma
sensação de trocar pirão de açaí com dourada frita por pão de queijo, ou de
trocar a Estação das Docas por shopping. São duas situações absolutamente
diferentes. No meu caso pessoal, caio de joelhos por tudo o que diz respeito à
Amazônia, mas também curto Brasília. Assim, sinto-me perfeitamente à vontade
tanto na Amazônia como em Brasília.
O casulo é uma alegoria à redoma legal que
engessa o Patrimônio Cultural da Humanidade... mas também tresanda a perfume,
romance e esperança, nas luzes da grande cidade. Dá para explicar?
O casulo do
título evoca o fato de que Brasília é reconhecida como Patrimônio Cultural da
Humanidade. Em termos práticos, não se pode mudar a arquitetura original do
Plano Piloto, que compreende o projeto do urbanista Lúcio Costa, excluindo-se
as cidades-satélites. Então, o Plano Piloto é protegido sob uma redoma legal,
um engessamento. É Patrimônio Cultural da Humanidade, mas nas suas ruas e nos
seus subterrâneos não há romantismo, como em toda metrópole brasileira,
inchadas e perigosas. Apesar disso, há contos de puro perfume, romance e
esperança. A história que encerra o livro, A
Caça – que inclusive já foi publicado pela Editora Cejup (Belém, 1996),
quase no fim, refere-se às luzes de Brasília e termina no quarto de um bom
hotel.
Você acha que o leitor vai entender as suas
colocações contidas no Casulo?
Certamente
que sim. A literatura, como qualquer arte, tem algo maravilhoso. No seu caso
específico, as palavras remetem o leitor a mundos que são somente dele. O
escritor é um mero porteiro. Lembrei-me de um caso que ocorreu com William
Faulkner. Alguém o informou que leu duas vezes um livro seu e não entendeu a
história. Faulkner sugeriu que lesse mais uma vez.
Nos casos relatados no livro você teve
alguma participação ou foram vivenciados apenas superficialmente?
O senso
comum mistura atores com personagens e acredita que ficção é o que conhecemos
como realidade. Se assim fosse, quantos escritores não estariam atrás das
grades por assassinato? O fato é que até nas autobiografias há mais ficção do
que realidade. O escritor que faz seu trabalho com seriedade não está
interessado em
jornalismo. Estou certo de que pelo menos 75% do que os
jornais publicam originam-se de interesses dos donos, de ideologia, de
conjecturas, de boatos, ou de mentiras pura e simplesmente. Também o escritor
não está interessado em si mesmo, pois todos os escritores são pessoas comuns
e, muitas vezes, introvertidas. Qual a participação que um escritor pode ter
numa história que se passa em outro planeta?
Como Antoine de Saint-Exupéry criou O
Pequeno Príncipe? Esta é a diferença: as antenas especiais com que os
escritores nascem, o que permitiu, por exemplo, que Ernest Hemingway criasse
uma mulher abortando, em Adeus às Armas,
ou que John Steinbeck desse vida a uma mulher que acaba de perder seu bebê
recém-nascido e dá de mamar a um ancião que está morrendo de fome, em Vinhas da Ira.
Quem é Ray Cunha?
Nasci em
Macapá, na margem direita do estuário do rio Amazonas, cortado pela Linha
Imaginária do Equador, em 7 de agosto de 1954. Fui educado na Amazônia. Conheço
a Hileia razoavelmente, por longa leitura e por ter vivido lá. Hoje, vivo em
Brasília por uma questão de mercado de trabalho. Aqui, consigo oferecer à minha
família razoável padrão de vida, sustentado pela minha profissão, jornalismo.
Literatura, para mim, é minha missão pessoal. Embora morando em Brasília, a
internet me permite ficar ligado o tempo todo à Amazônia. Tenho ligação íntima
com Belém, um dos meus grandes amores, e, naturalmente, com Macapá. Quanto a
Brasília, já somos velhos namorados. Brasília me deu duas mulheres
fundamentais: minha esposa, e minha luz, Josiane, e uma flor, minha filha
Iasmim.
Trópico Úmido – Três Contos Amazônicos
MARCELO LARROYED
Trópico Úmido – Três
Contos Amazônicos reúne histórias curtas com pano de fundo em quatro
cidades da Amazônia: Belém, capital do Pará; Macapá, capital do Amapá; Manaus,
capital do Amazonas; e Rio Branco, capital do Acre. Inferno Verde conta a história do repórter Isaías Oliveira, num
duelo com o sinistro traficante Cara de Catarro. A trama se passa em Belém e na
ilha de Marajó.
Latitude Zero se desenrola
em Macapá, cidade situada no estuário do maior rio do planeta, o Amazonas, na
confluência com a Linha Imaginária do Equador; um punhado de jovens começa a
descobrir que a vida produz também ressaca.
A Grande Farra narra
peripécias do jovem repórter e playboy Reinaldo. Candidato a escritor, ele
gasta seu tempo trabalhando como repórter, bebendo e se envolvendo com inúmeras
mulheres. Este conto tem sua geografia em Manaus, encravada no meio da selva
amazônica, e em Rio Branco, no extremo oeste brasileiro.
Obsessões amazônicas
MAURÍCIO MELO JÚNIOR
A literatura
brasileira está numa encruzilhada. Cada autor atira para um lado e ninguém
consegue formatar o que no passado se chamou de movimento. Mesmo em lugares
onde se pratica uma literatura regional intensa – Pernambuco e Rio Grande do
Sul, por exemplo – não há o senso de união. Isso, se por um lado favorece a
diversidade temática, por outro, paradoxalmente, desagrega autores e enfraquece
o trabalho de formação de leitores. Embora o ato de escrever seja um exercício
de solidão, são a vivência e a convivência que dão ao escritor o estofo
necessário para a composição do texto.
O escritor
Ray Cunha, nascido na beirada da floresta amazônica, sofre do mal que vitimou
parte de seus colegas a partir dos anos setenta: é um escritor desagregado,
carente de grupos com quem possa discutir temas, estéticas e formas. Isso fica
muito claro em seu livro Trópico Úmido –
Três Contos Amazônicos, no qual, apesar de uma certa obsessão geográfica,
sente-se a ausência da região em sua plenitude. O leitor mais exigente
terminará a leitura carente do sotaque e das cores amazônicas, embora fique
saciado com o desenvolvimento bem resolvido da trama.
O conto que
abre o livro, Inferno Verde, conta a
história do repórter Isaías Oliveira em duelo sangrento e perverso com o traficante
Cara de Catarro. O segundo texto, Latitude
Zero, fala de um grupo de jovens em descobertas sexuais em Macapá. Pode ser
visto como um conto de formação, embora carregado do escancaro de Charles
Bukowisk, o que é até compreensível em quem sobreviveu às teorias de Freud e à
revolução sexual dos anos sessenta. Finalmente, o último conto do volume, A Grande Farra, conta a história de
Reinaldo, um repórter que sonha ser escritor, mas, milionário, gasta a vida em
bebedeiras e aventuras sexuais.
A linha que
liga todos os textos, além da região amazônica, é mesmo a temática da
sexualidade. No entanto, este sentimento está muito próximo das práticas vindas
com a liberação sexual dos anos sessenta, unidas a um certo sadismo dos
personagens. Num pobre exercício de paráfrase com os Atletas de Cristo, que
trazem halos angelicais para os nossos atletas do futebol, podemos dizer que os
personagens de Ray Cunha são Atletas de Sade. É impressionante a obsessão por
um ato doloroso e imposto. Há sempre dominação do macho sobre a fêmea, mesmo
quando ela, também filiada à revolução sexual, escolhe seu parceiro. Ainda
assim prevalece a força do macho.
Esses
personagens construídos pelo autor, por conta da defesa de uma geração perdida,
terminam por carregar cores muito iguais. São todos hedonistas, amantes do
prazer sobre todas as coisas. Por conta desse sentimento entram de cabeça na
vida sem medir qualquer consequência. E fica clara aí a influência de Bukowisk,
o velho safado, embora a sensualidade das ninfetas traga para os textos uma
certa lembrança de Nabokovisk, o velho também safado, mas um pouco mais pudico.
Sobrevive disso tudo um mundo excessivamente cruel, posto que o prazer é o que
menos importa aos moços. Todas as relações têm como objeto a sujeição do parceiro.
O poeta
Augusto dos Anjos falava em um de seus sonetos da “obsessão cromática”, do que
chamava de fantástica visão do sangue se espalhando por toda parte. Ray Cunha
trás para a literatura um pouco dessa obsessão, que faz a festa dos repórteres
policiais. Há muitas cenas cruéis, com requintes de crueldade, dignos das
páginas dos romancistas policiais americanos da década de cinquenta, um período
no qual a fineza britânica de Conan Doyle foi substituída pela inspiração de
Bram Stoker.
Finalmente,
há obsessão geográfica. Para um livro passado na Amazônia isso é bem
interessante. No entanto o autor poderia descrever mais e citar menos.
Explica-se. É comum por todo o texto o nome de ruas onde moram, vivem e
rodopiam os personagens. O problema é que a citação pura e simples do nome da
rua simplesmente não remete a qualquer impacto sobre o leitor que não conhece
as ruas. O autor poderia descrever as ruas, o que daria uma informação a mais
ao leitor, situando-o até no ambiente por onde transitam os personagens.
Fica do
livro, entretanto, a construção da história. Há pontos de prisão do leitor no
jogo de curiosidades desvendadas aos poucos. O autor sabe manipular bem a
trama, levando o leitor ao clímax. Com isso, resgata uma das maiores carências
da literatura brasileira atual: o bom contador de história. É que os nossos
novos escritores, buscando a universalidade linguística de Guimarães Rosa,
esqueceram que ele sabia contar bem uma história. Resultado: renunciaram à
narrativa e não ganharam a inventividade estética.
Ray Cunha
consegue contar bem suas histórias. No entanto poderia ter trazido o mundo mais
amazônico para suas páginas; poderia deixar um pouco as influências
estrangeiras e seguir a trilha de autores como Benedicto Monteiro. Isso pode
transformá-lo no grande representante da literatura amazônica moderna. Aquele
que conseguirá traduzir boa linguagem com boa narrativa, e tudo temperado em um
bom caldo de tucupi.
Livros do autor
Ray Cunha estreou como escritor em 1971, com o
livro coletivo de poemas Xarda Misturada
(edição dos autores, Macapá), juntamente com o poeta e contista José Edson dos
Santos (Joy Edson) e José Montoril; em 1982, publicou Sob o Céu nas Nuvens (edição do autor, Belém, poemas), e, em 1990, A Grande Farra (edição do autor,
Brasília, contos); em 1996, a Editora Cejup, de Belém, lançou o conto A Caça. Em 2000, saiu Trópico Úmido - Três Contos Amazônicos, e,
em 2003, o romance A Casa Amarela,
ambientado em Macapá, em 1964, ano do golpe que daria início à Ditadura dos
Generais (1964-1985).
O Casulo Exposto está à venda na
Livraria Cope Espaço Cultural, na 409 Norte, Bloco D, Loja 19/43, telefone:
3037-1017, e-mail: copelivros@ibest.com.br. Livreiros interessados poderão pedir
O Casulo Exposto para o editor,
Antonio Carlos Navarro, pelo telefone:
(55-61) 3362-0008; fax: (55-61) 3233-3771; e-mails:
lereditora@lereditora.com.br e acnavarro@lereditora.com.br, ou na própria Ler
Editora, no SIG (Setor de Indústrias Gráficas), Quadra 4, Lote 283, prédio da
Fórmula Gráfica, Primeiro Andar.