quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Colostro

Anoitece
O rio Amazonas ruge defronte ao Macapá Hotel
Cortado pelo Trapiche, rodovia que conduz à noite
Tão azul que sangra
Estou sentado
Sozinho
Em um quiosque
Degusto Cerpinha enevoada
Parece que estou só
Mas converso com meus antepassados
Com a mulher amada
Com meus anjinhos e minha princesa
Com Isnard Brandão Lima Filho
Alcinéa Maria Cavalcante
Iara Marcille
Deury Farias
Olivar Cunha
Joy Edson
José Montoril
Fernando Canto
Raimundo Peixe
Alcy Araújo
Luiz Tadeu Magalhães
Manoel Bispo
Myrta Graciete
Tereza, Leila, Sílvia e Telma
Um cataclismo de rosas vermelhas
Juntam-se a nós Ernest Hemingway
Antoine de Saint-Exupéry
Gabriel García Márquez
Vargas Llosa
Pablo Picasso
André Cerino
Ouço merengue
Um navio, grande como uma cidade, surge, lento, até aportar, feérico
Despeja uma legião de espíritos e anjos
Que se juntam a nós
Chanel Número 5, Dom Pérignon, maresia e leite da mulher amada
Tomam conta de tudo
Como paz se alastrando
Na minha memória

Brasília, 25 de dezembro de 2013

domingo, 9 de novembro de 2014

O voo da luz

Talvez o maior objetivo da moda seja a sensualidade, tanto na confecção de tecidos quanto no corte. Uma mulher vestida de modo a realçar a beleza física terá sempre os homens dominados pela loucura, pois jogamos fora a sensatez, toda a racionalidade, toda a liberdade, para nos aprisionarmos à passagem de uma potra vestida em seda, como mariposas atraídas pela luz; relinchamos, esmagados pelo perfume das virgens ruivas, embora fugaz como o gemer do acme, porém fatal.

Nádegas se movendo sob vestido de seda, justo, blusas que mal encobrem mamilos grandes como jambo, barriguinhas que surgem e desaparecem como fontes cristalinas ao sol, do tipo tábua, ou renascentistas, na mira de sedentos olhos vampirescos, são pedras preciosas que cravejam as avenidas das grandes cidades e, assim, de Brasília também.

É da natureza feminina a ambiguidade. Elas querem, mas juram que não. Nem Freud explica. E a barriguinha é uma prova cabal disso. Puxam a blusinha para encobrir a barriga, ou puxam as calças para cima, dando algumas sacudidelas nas ancas, numa tentativa sempre inútil de cobrir o objeto do tormento masculino, e tudo o que fazem é ampliar o mistério; sabem disso tudo, e que nossos corações disparam. Matam-nos, deixando-nos vivos.

Às mulheres, só a beleza importa, pois são como as rosas que vicejam nos jardins azuis, delicadas, perfumadas, lindas como mulher nua, e que, evanescentes, me ignoram. Só querem saber de luz, que as tornam ainda mais esplendorosas. Resigno-me, pois me basta ter certeza da existência delas, que são, afinal, o triunfo de Deus.

Mas quando as mulheres puxam a blusinha para encobrir a barriga, inutilmente, e quando puxam as calças e sacodem as ancas, elas nos conduzem para o labirinto da imaginação, o mergulho em um abismo de rosas. Fechamos os olhos e choramos em silêncio, morrendo no voo da luz.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O triunfo do azul

Ah! meu amor, tu és meu amor porque o teu riso impulsiona meu coração
Porque tu crias a vida, pois à tua passagem os jardins se levantam
E a luz infinita vibra em oração
Que escapa dos teus lábios

Quisera eu ser poeta, e dominar a força de gravidade com palavras
Para te dedicar versos
Que contivessem o mar
Um oceano inteiro de rubis, azuis como o céu

Depois que te conheci, exorcizei o medo
Aprendi a escutar o silêncio das madrugadas
Comecei a voar no perfume dos jasmineiros

Sou teu, todo teu, inteiramente teu
Pertencer-te é o mesmo que a liberdade
É ascender, vencer a eternidade, e sentir a presença de Deus!


Brasília, 20 de outubro de 2014

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Thriller de Ray Cunha mistura realidade e ficção



BRASÍLIA, 2014 – Conhecedor da Amazônia profunda e ciente de que a tragédia do Trópico Úmido é a mentalidade de colonizado da maioria dos amazônidas, o senador Fonteles, que lidera nas pesquisas eleitorais, se tornou a esperança dos que querem tirar o Pará da Idade Média, concorrendo ao governo contra o ex-governador Jarbas Barata, que governa das sombras o estado. Porém, uma organização clandestina, a Confraria Cabanagem, que luta pela democracia e o desenvolvimento do Pará, detecta uma conspiração para assassinar o senador Fonteles, e convoca o único homem capaz de deter o assassino: o ex-delegado de polícia e detetive particular Apolo Brito, que mora em Brasília.

Some do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) um frasco com ínfima porção de homobatracotoxina, o mortal veneno do Phyllobates terribilis, juntamente com um muiraquitã, branco, de jadeíta, de 50 milímetros, pesando 42 gramas, de 2.500 anos, uma peça tapajônica sem preço. Em conversa com o assessor de imprensa do museu, o jornalista Montezuma Cruz, Apolo Brito descobre indícios de que estariam traficando água do rio Amazonas, e mergulha na chamada questão amazônica, e em símbolos caros aos paraenses, como o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, o Ver-O-Peso, a Estação das Docas, o tacacá.

Neste romance ensaístico, personalidades vivas transitam entre personagens de ficção, como é o caso do lendário jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, um dos maiores intérpretes mundiais do enigma da Amazônia, que se encontra com o fictício detetive Apolo Brito no restaurante Restô do Parque, na ex-residência oficial dos governadores do Pará, na Avenida Magalhães Barata 830, antiga Avenida Independência, no bairro de São Brás, palácio erguido no início do século passado, em estilo eclético, em que predomina o neoclássico, e elementos de art nouveau, e que, em 1998, passou a ser chamado de Parque da Residência, onde moraram os dois mais ilustres governantes da história recente do Grão-Pará: Lauro Sodré (1917-1921) e Magalhães Barata (1888-1959).

Outra personalidade que aparece neste romance ensaístico é o coronel do Exército Gelio Fregapani, mentor da Doutrina Brasileira de Guerra na Selva e fundador do Centro de Instrução de Guerra na Selva. Em entrevista à coluna Enfoque Amazônico, do site ABC Politiko, Fregapani  faz uma declaração polêmica: “O problema crucial da Amazônia é que ainda não foi ocupada. Ledo engano é supor que a região pertence de fato ao Brasil. Será, sim, do Brasil, quando for desenvolvida por nós e devidamente guardada. Daí porque às potências estrangeiras não interessa o desenvolvimento da Amazônia. Por enquanto, Estados Unidos, Inglaterra e França, principalmente, lançam mão, com esse objetivo, da grita ambientalista. Com a região intocada, matam dois coelhos com uma cajadada: mantêm os cartéis agrícolas e de minerais e metais. Dois exemplos: a soja da fronteira agrícola já ameaça a soja americana; e a exploração dos fabulosos veios auríferos da Amazônia poriam em cheque as reservas similares americanas e poderia mergulhar o gigante em recessão.

“O outro coelho é que, despovoada, inexplorada e subdesenvolvida, não haverá grandes problemas para a ocupação militar da região. Aliás, tudo já está preparado para isso. A reserva Ianomâmi – etnia forjada pelos ingleses –, do tamanho de Portugal e na tríplice fronteira em litígio Brasil, Venezuela e Guiana, é a maior e mais rica província mineral do planeta. As Forças Armadas e a Polícia Federal não podem nela entrar, por força de lei. Pois bem, já há manifestação na Organização das Nações Unidas (ONU) de torná-la nação independente do Brasil, por força de armas, se necessário”.

Eis a trama do novo romance de Ray Cunha, A CONFRARIA CABANAGEM, lançado agora em setembro, pelo Clube de Autores e pela Amazon.com. Como romance ensaístico, a questão amazônica permeia a trama político-policial deste thriller de tirar o fôlego, com ação intensa que lembra outros trabalhos do escritor nascido em Macapá, na Amazônia Caribenha, e residente em Brasília, como, por exemplo, os romances A CASA AMARELA e HIENA, e os contos INFERNO VERDE, NA BOCA DO JACARÉ-AÇU, A CAÇA e A GRANDE FARRA.

*MARCELO LARROYED é escritor, mestre em Teoria Literária pela UnB

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Senador é degolado em hotel infestado de prostitutas numa Brasília atolada em corrupção

Ray Cunha e os embaixadores Jozef Smets, da Bélgica,
e Milena Smit, da Eslovênia, no lançamento do livro
(Ler Editora, Brasília, 2013, 153 páginas, R$ 25),
no Sebinho, complexo de livraria, cafeteria e
restaurante na 406 Norte, Bloco C
O país afunda em corrupção e o erário escorre pelo ralo em obras bilionárias e superfaturadas, que nunca terminam, ou são inúteis. Nada a ver com o Brasil atual. Trata-se de ficção, mesmo. Uma história de detetive. Ao investigar o assassinato de um senador da República, degolado com uma katana no suntuoso Tropical Hotel, infestado de prostitutas de luxo e que ocupa uma quadra inteira do Setor Hoteleiro Sul, na capital da República, o detetive particular Hiena faz a grande descoberta de sua vida.

HIENA é o último romance de Ray Cunha, escritor nascido em Macapá, na Amazônia Caribenha, e que mora em Brasília, da qual, devido ao seu trabalho como jornalista, conhece os seus subterrâneos, bem como os bastidores do Congresso Nacional, além de ser também observador privilegiado dos seus palácios e shoppings, catedrais pós-modernas da Ilha da Fantasia.

Neste romance desfila um magote de personalidades reais, como, por exemplo, o maestro Silvio Barbato, que é ressuscitado para reger a Orquestra do Teatro Nacional Claudio Santoro em dois clássicos: o Concerto Para Piano e Orquestra, em Ré Menor, de Mozart, e o Bolero de Ravel; as cantoras paraenses Carmen Monarcha, que se apresenta com André Rieu, e Joelma, da Banda Calypso; dois artistas plásticos: Olivar Cunha e André Cerino; e até a famosa personagem de ficção Brigitte Montfort.

A utilização de personagens reais num trabalho de ficção é a segunda experiência de Ray Cunha. A primeira vez que fez isso foi no romance A CONFRARIA CABANAGEM, um thriller político-policial que se passa em Brasília e Belém do Pará, no qual o jornalista Lúcio Flávio Pinto, uma das maiores autoridades do planeta em Amazônia, é personagem. A CONFRARIA CABANAGEM deverá ser publicada este ano, ou em 2015, pelo Clube de Autores e pela Amazon.com.

HIENA está disponível, tanto no formado impresso quanto eletrônico, no Clube de Autores

Bem como na Amazon.com

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Medicina da alma e acupuntura

BRASÍLIA, 9 DE JULHO DE 2014 – Os nazistas quase produzem a bomba atômica antes dos americanos. Só não conseguiram seu intento devido aos cuidados que os assessores de Hitler tomavam. A bomba era desenvolvida por vários cientistas, cada qual assumindo apenas uma parte do projeto, sem uma das quais não haveria o artefato. Ao físico judeu-alemão Joseph Gleber coube uma dessas partes da bomba. Então, a cúpula nazista descobriu que Gleber estivera protelando sua participação no projeto, à espera de que a guerra acabasse antes que aquela terrível arma fosse posta à serviço de um dos psicopatas mais bem-sucedidos da História, na sua trilha de horror: Hitler. Gleber foi ameaçado de ser posto num forno, juntamente com sua esposa e os dois filhos, vivos, para serem assados. Não cedeu, e no dia 13 de abril de 1942, foi cremado.

Medicina da Alma (Editora Casa dos Espíritos, Contagem-MG, 254 páginas, R$ 75, capa dura, papel couchê), psicografado por Robson Pinheiro, pelo espírito de Joseph Gleber, representa uma extraordinária iniciação à medicina desenvolvida pela ciência espiritual, da qual Jesus Cristo é mestre. Estudiosos do assunto listaram sete universos paralelos, ou dimensões, com medidas próprias e que não estão separados pelo espaço, mas se interpenetram. “No mundo mais denso (o físico), a vibração é diminuta quando comparada à rapidíssima vibração do mundo astral, o mais próximo do físico” – ensina Robson Pinheiro. Estudiosos da Grande Fraternidade Branca classificam esses planos em: físico, astral, mental, búdico, átmico (essência divina), monádico (uma espécie de portal entre o divino e os veículos inferiores) e logóico (o Eu Superior).

Entre os corpos físico e astral há o duplo etérico, ou corpo etérico. No caso de adoecimento, o duplo é atingido, antes da matéria, por microrganismos e larvas que só se proliferam nesse plano, e que se refletem no mundo físico nas mais diversas doenças.

A propósito do corpo etérico, a história da medicina tradicional chinesa registra que a acupuntura é uma técnica com mais de 5 mil anos. Embora com essa idade, ainda assim é um sistema complexo demais para que o ser humano o tenha criado apenas observando a natureza. O pesquisador e escritor Jorge Bessa, autor da trilogia O mistério dos senhores de Vênus (Thesaurus Editora, Brasília, 2012), composta por Os deuses que vieram do céu (147 páginas); Pluralidade dos mundos habitados e a evolução do homem (155 páginas); e Deuses, venusianos e capelinhos (174 páginas), sustenta a tese de que a Humanidade recebe desde sempre reforço extra terrestre na sua caminhada taoista. Pois bem, tecnologia de ponta já detectou que os meridianos da acupuntura situam-se no corpo etérico. Eu desconfio que seres extra terrestres é que iniciaram os chineses na acupuntura.

É importante saber isso para se entender que a acupuntura praticada por médicos alopatas só faz piorar o estado do paciente. A propósito, leia artigo de Ricardo Antunes sobre o ato médico, no site Escola Nacional de Acupuntura (ENAc). Se for o caso, procure um acupuntor. De preferência um que saiba muito sobre o Tao. Contudo, a medicina da alma é muito mais eficiente, mas só funciona à vibração da luz.

terça-feira, 1 de julho de 2014

VIAGEM DENTRO DE TI

Estou pronto para ti
Sereno como um homem deve ficar diante de uma mulher nua
Pegar-te-ei com tanta suavidade, e firmeza,
Que lamentarás o prazer, intenso como o voo do orgasmo
Tocarei cada ponto dos teus meridianos
No fundo mais recôndito dos teus abismos insondáveis, e infinitos
Cavalgar-te-ei, preso em ti, seguro na tua boca, nos teus seios, no teu sexo
Como a Terra gravitando em torno do Sol a 108 mil quilômetros por hora
O sistema solar girando em volta do núcleo da Via Láctea a 830 mil quilômetros por hora
A Via Láctea indo para o Grupo Local a 144 mil quilômetros por hora
O Grupo Local caminhando para o aglomerado de Virgem a 900 mil quilômetros por hora
E tudo isso seguindo em direção ao Grande Atrator a 2,2 milhões de quilômetros por hora
O Grande Atrator fica para além de Centauro, a 137 milhões de anos-luz da Terra

sábado, 28 de junho de 2014

HIENA é lançado pelo Clube de Autores e pela Amazon.com. Saiba como adquiri-lo

BRASÍLIA, 28 DE JUNHO DE 2014HIENA, de RAY CUNHA, é uma história de detetive ambientada numa Brasília atolada na corrupção. Para quem mora no Brasil ou na América do Sul fica mais barato comprá-lo no Clube de Autores (155 páginas, papel couchê 90 gramas, R$ 26,44, e e-book, com 74 páginas, R$ 5,38); e para quem nos Estados Unidos ou na Europa, é mais prático adquiri-lo na Amazon.com.

O país está afundando em corrupção e o erário escorre pelo ralo, em obras bilionárias e superfaturadas, que nunca terminam, ou simplesmente são inúteis. Ao investigar o assassinato de um senador da República, degolado com uma katana, no Tropical Hotel, no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília, o detetive particular Hiena faz a grande descoberta de sua vida.
Além da Brasília real fazer fundo a este romance, desfila nele um magote de personalidades reais, como, por exemplo, os artistas plásticos Olivar Cunha e André Cerino; as cantoras paraenses Carmen Monarcha e Joelma, da Banda Calypso; o escritor amapaense Fernando Canto; o maestro Silvio Barbato; além da famosa personagem de ficção Brigitte Montfort.
Hienas são como bactérias grandes. Bandidos do reino animal. Atarracadas, quartos traseiros caídos, andar manquejante, começam a comer a vítima viva ainda na perseguição, rasgando-lhe o ventre, as vísceras espirrando. O humorista carioca Juca Chaves, Jurandyr Czaczkes, cunhou uma frase que se tornou um mito persistente: “A hiena é um animal que come fezes dos outros animais, só tem relações sexuais uma vez por ano e ri… mas ri de quê?” 
A Crocuta crocuta é predador sem igual. Caçadora formidável, chega a perseguir suas presas à velocidade de até 55 quilômetros por hora, em grupos que chegam a 100 indivíduos. O segredo desse vigor é um coração poderoso. Mas o que as tornam resistentes como baratas é que podem se alimentar de praticamente tudo, desde filhotes de leão, passando por insetos a ovos de avestruz, até carniça já cheia de vermes, e de outras hienas, além de suas próprias fezes. Contudo, caçam também animais de médio e grande portes, como gazelas, impalas, gnus e zebras. Suas mandíbulas são tão potentes que comem, normalmente, os ossos das suas presas, razão pela qual suas fezes são esbranquiçadas. 
O detetive Hiena, Crocuta crocuta, como chama a si mesmo, não é bem o que Jurandyr Czaczkes, o Juca Chaves, disse. Embora discreto, quando ri para valer sua gargalhada é atroadora. Gastrônomo, elegeu a cozinha paraense a melhor do mundo. Vive só, embora tenha namorada. Contudo, têm em comum com a Crocuta crocuta alguns traços, como o sistema imunológico, pois nunca ficou sequer resfriado; pode se alimentar de comida estragada sem se preocupar, já que não se intoxica; conta com dentes de aço; é resistente como as baratas; e capaz de atravessar qualquer circunstância de extrema tensão sem que seu batimento cardíaco se altere. Também guarda um traço físico em comum com a Crocuta crocuta: o tórax largo, sem ser do tipo cangula (sinônimo de pipa na terra das suas duas mães, Belém do Pará), largo em cima e fino em baixo. 
Com um metro e oitenta, lábios carnudos, cabelos de Al Pacino, o que mais chama atenção em Hiena são seus olhos bicolores, que amanheciam com um tom azul claro, permanecendo assim nos dias frios, mas à medida que a temperatura subia, iam ficando como lápis-lazúli e, à noite, independentemente do tempo que estivesse fazendo, eram sempre duas esmeraldas. Adotou o cognome Hiena por uma série de circunstâncias. Afinal, como disse José Ortega y Gasset: “O homem é o homem e a sua circunstância”.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Mulher lindíssima ao celular

Tu és linda como flor em jardim ensolarado
Simétrico, teu rosto é perfeito como a translação da Terra
E tua boca é de rosas vermelhas esmigalhadas;
Apenas uma tatuagem te macula, no ombro
Cicatriz na pele de seda cristalina.
Caminhas com os olhos verdes fixos na tela de um celular
Indicador e polegar céleres ao teclado
E te chocaste num poste no caminho.
Não gritaste, nem choraste; sorriste!
E Brasília, flutuando no gêiser do teu sorriso,
Lembra muralha arranhando o Planalto
 
Brasília, 27 de junho de 2014

sábado, 21 de junho de 2014

Gozos Múltiplos

Ah! Tu és como flor se abrindo ao sol
Nua como preciosas pedras
Leve como asas que sustentam o voo
Do abismo a queda

Conduz-me à cumeeira
Dos sonhos
Ainda que eu não desperte
Como se estivesse morto

Na bacanal de rosas vermelhas
Esvaem-se os sentidos
Embriagados de estrelas

No labirinto do teu púbis
Afogo-me na maresia
E ressuscito em gozos múltiplos

sábado, 7 de junho de 2014

SENADOR É DEGOLADO COM UMA KATANA NO SETOR HOTELEIRO SUL, EM BRASÍLIA

O país está afundando em corrupção e o erário escorre pelo ralo, em obras bilionárias e superfaturadas, que nunca terminam, ou simplesmente são inúteis. Nada a ver com o Brasil atual. Trata-se de ficção. Uma história de detetive. Ao investigar o assassinato de um senador da República, degolado com uma katana, no Tropical Hotel, no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília, o detetive particular Hiena faz a grande descoberta de sua vida.

HIENA é minha segunda experiência do que chamo de romance ensaístico. O primeiro, A CONFRARIA CABANAGEM, thriller político-policial ambientado em Belém do Pará, deverá ser lançado ainda este ano pela Amazon.com, ou pelo Clube de Autores. No caso de HIENA, trata-se de romance ensaístico porque contém uma Brasília viva, que se move subjacente à trama policial.

Também neste romance desfila um magote de personalidades reais, como, por exemplo, dois grandes artistas plásticos: Olivar Cunha e André Cerino; as cantoras paraenses Carmen Monarcha, que se apresenta com André Rieu, e Joelma, da Banda Calypso; o escritor amapaense Fernando Canto; o maestro Silvio Barbato; e até a famosa personagem de ficção Brigitte Montfort.

HIENA está disponível no Clube de Autores, tanto no formado impresso quanto eletrônico. Adquira-o neste endereço: 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

ROSAS PARA A MADRUGADA

Por que escreves? – pergunta-me o jornalista
– Para viver – respondo
Pois só com as palavras desnudo a luz
E voo até o fim do mundo
Por isso, escrevo granadas intensas como buracos negros
E garimpo o verbo como o primeiro beijo
Escrevo porque escrever traz aos meus sentidos
Cheiro de maresia
Dom Pérignon, safra de 1954
O labirinto do púbis no abismo do acme
Mulher nua como rosa vermelha desabrochando

Brasília, 5 de junho de 2014

domingo, 18 de maio de 2014

Os portais da Amazônia

Isaías Oliveira aos 22 anos, em 1976, repórter
do jornal 
A Notícia, de Manaus. Seu romance
A Dimensão dos Encantados revela um Amazônia
sutil, que só a poucos é dado enxergar

A selva amazônica é esplendorosamente monótona e bruta como golpe de terçado 128. Ao olhar superficial do leigo, que, acidentalmente, caiu na Amazônia, a Hileia lhe parecerá o Inferno Verde, onde encurtará sua vida, devorado por microrganismos e insetos, ou torrado pelo sol equatorial, ou afogado pela água, não do mar doce, mas em estado gasoso, nos praticamente 100% da umidade relativa do ar. Desse modo, o incauto será corrido daquelas paragens, grávido da antiga ideia dos colonos de que a Grande Floresta só serve para três fins: construção de hidrelétricas; extração de madeira e mineral; e reserva de caça, pesca e escravos, especialmente para o pugilato do sexo. Ideia assentada na crença de que os colonos são deuses e os colonizados, seres inferiores, que existem para servir aos herdeiros dos sangues-azuis. Essa é a face obscura da Amazônia, o latejar da escuridão, espasmos da alma amazônida, a loucura e o malogro da civilização colonialista. Assim, o mais belo realismo fantástico da Terra, a maior diversidade biológica do planeta, a mais rica província mineral do mundo, revela-se o coração das trevas, uma zona imprecisa da alma.

A Dimensão dos Encantados (Editora Biblioteca 24 Horas, São Paulo, 189 páginas em corpo 10), do jornalista e escritor amazonense Isaías Oliveira, à venda na amazon.com.br, é um dos romances mais emblemáticos do Trópico Úmido, pois mostra, como nenhum outro romance escrito por autores da região, as duas faces da selva, como o despencar em um precipício, mas, quase ao cair no fundo, estender as asas e flutuar. Em A Dimensão dos Encantados a floresta e o rio ganham vida, os adjetivos se tornam substantivos e o pesadelo se materializa na mente do leitor. “A vida na mata é o eterno caminhar sempre pelos mesmos caminhos”; “As coisas andavam em círculos, vivíamos o resumo de dias iguais e essa repetição acabava por atrofiar, com o tempo, a nossa própria existência.” 

Para o autor, “existe uma Amazônia desconhecida do mundo, ainda não descoberta pelo homem moderno. Nela, o sobrenatural e o humano se misturam, na dimensão fantástica da mente”. No substrato da epiderme amazônica entrelaçam-se planos sutis, estanques, porém com passagens secretas entre eles, portais por onde só passam seres encantados, além dos que desenvolveram a intuição e a espiritualidade. 

Assim, na superfície do romance de Isaías Oliveira paira toda a tragédia da Amazônia: a mentalidade colonizada de índios, ribeirinhos, caboclos, mulatos, cafuzos, mamelucos, citadinos, corrompidos nas garras impiedosas do europeu, da Igreja, dos missionários, de políticos corruptos. A Dimensão dos Encantados desmitifica a Amazônia turística e a dos grandes projetos no Trópico Úmido, a serviço das potências hegemônicas, e não para o desenvolvimento sustentável dos amazônidas. O cruel é que a ferramenta utilizada pelo carrasco para espoliar a floresta é o caboclo, que também serve para matar os da sua etnia como quem mata um carapanã. 

 “Sob o manto verde da floresta amazônica esconde-se a verdade sobre mundos e civilizações diferentes convivendo num mesmo espaço, porém em diferentes tempos e dimensões da matéria e da energia, seres de planos existenciais diversos coexistindo num mesmo recanto da mata ou curso de rio, a maioria sem jamais cruzarem seus caminhos. Outros, entretanto, dotados de energia e percepção especiais, são capazes de encontrar e atravessar os portais nas fronteiras desses mundos” – diz Isaías Oliveira. A Dimensão dos Encantados é um desses portais. 

Convivi com Isaías Oliveira durante dois anos (1976-1977), em Manaus, no extinto jornal A Notícia. Eu tinha 21 anos; ele é um ano mais velho do que eu. Apesar da idade, já era experiente, maduro, sábio, culto e sofisticado. Sabia tudo sobre a selva profunda; fora, ainda garoto, guia de turistas nas sendas da Hileia. Seu texto também já era um diamante, embora bruto, e seu trabalho de reportagem era sempre bem pesquisado, investigado e apurado. 

Em 1997, deixei Manaus, onde mora a família do meu pai, João Raimundo Cunha, e me mudei para Belém, mas a amizade entre o autor de A Dimensão dos Encantados e eu estava selada para sempre. Em 2000, publiquei Trópico Úmido – Três Contos Amazônicos. A personagem central da primeira história desse livro, Inferno Verde, chama-se Isaías Oliveira, não por acaso um jornalista. 

Isaías Oliveira conhece profundamente o Trópico Úmido, não a Hileia mitológica dos turistas, mas a Amazônia como ela é, inclusive com seus portais. Esse conhecimento o capacitou a escrever A Dimensão dos Encantados, seu romance de estreia. São duas histórias paralelas, e que em dado momento se cruzam: a de um menino ribeirinho que se torna madeireiro e um curumim que se perdeu no limbo, entre uma dimensão e outra, e se torna xamã. Os seres encantados vivem precisamente em planos diferentes, que se cruzam em portais da mente. 

Assim, A Dimensão dos Encantados pode ser lido como o mais pungente berro alertando para o assassinato da alma amazônida, com uma terçadada de 128 na carne.Trata-se de um desses livros que surgem de tempos em tempos, com o poder esclarecedor de que a vida não se passa somente no mundo físico; pelo contrário, vibra em outro plano.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

NAMORADA PARA SEMPRE



Comecei a namorar com Josiane Souza Moreira Cunha em 15 de maio de 1988; vimos, naquele dia, O Último Imperador da China, de Bernardo Bertolucci, no antigo cinema do Conjunto Nacional. Desde então, começamos tudo de novo a cada dia, com o cataclismo do primeiro beijo. 


O primeiro beijo que me deste explodiu
Como relâmpago na minha alma
Feriu-me, doce como brisa,
Pétalas pousando no púbis de um anjo

Desde então, flor da minha vida,
Sou prisioneiro do teu olhar
Grávido de ti, como um abismo,
Mulher amada!

Segue-me, pois te mostrei quase nada.
Tenho a chave dos sonhos,
Que conduz para a eternidade

A fogueira do nosso amor, minha namorada,
O voo vertiginoso
Da luz movida a acme

sábado, 10 de maio de 2014

MÃE!

Se me deixas gritar
Terei os pulmões satisfeitos.
Se me deixas correr, livre, pelos campos
Serei eternamente grato.
Se me permites conversar em voz alta
Os assuntos que me agradam
Serei filho forte e não terei medo.
Se não te importas eu escrever verdades
Então pronto, serei esplêndido.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

UMA TOMOGRAFIA DA AMAZÔNIA HUMANA


Ray Cunha, na Linha Imaginária do Equador, Macapá/AP,
Amazônia Caribenha, em foto de Fernando Canto

MARCELO LARROYED*


BRASÍLIA, 1 DE MAIO DE 2014 – O último livro de Ray Cunha, Na Boca do Jacaré-Açu – A Amazônia Como Ela É (Ler Editora, Brasília, 2013, 153 páginas, R$ 25), fecha a trilogia que começou com A Grande Farra (edição do autor, Brasília, 1992, esgotado) e prosseguiu com Trópico Úmido Três Contos Amazônicos (edição do autor, Brasília, 2000, 116 páginas, R$ 30), e que tem como espinha dorsal tanto o Inferno Verde quanto as metrópoles da Hileia. Na Boca reúne 14 histórias curtas, ambientadas em Belém, personagem subjacente no conjunto dos contos, e a quem o autor dedica o livro (Cidades são como mulheres. Este livro é para Santa Maria de Belém do Grão Pará).

“O fim da tarde, imobilizada por nuvens imóveis, e pesada como chumbo, lembrava um tumor...” A médica pressionou o botão, e a máquina me deslizou para dentro do seu túnel branco, onde eu ficaria imóvel por vinte minutos, enquanto me escaneavam o crânio. Então, decidi por escrever esta resenha.

Ray Cunha, em foto recente,
de Iasmim Cunha
“O fim da tarde, imobilizada por nuvens imóveis, e pesada como chumbo, lembrava um tumor...” Assim começa o primeiro conto de Na Boca do Jacaré-Açu, uma tomografia da Amazônia, que tem como resultado imagens em verde tisnadas de coloração humana.

Não é bem o túnel tomográfico: parecemos presos na boca verde do jacaré simbólico, mas a imensidão da floresta e seu universo esplendoroso e ilimitado em fauna e flora são pequenos para conter as paixões e dramas do ser humano.

Na máquina de tomografia, ficamos encapsulados no túnel branco. Vistos do espaço, na Terra somos prisioneiros gravitacionais da esfera azul. Mas a Amazônia de Ray Cunha é o Inferno Verde.

É certo, não há o coaxar repetitivo da máquina-mata, com seus sapos-bois roufenhos e metálicos. Nem a natureza esplêndida e glamourosa da National Geografic, “macumba pra turista”. Mas eis que a chuva vem e volta nas páginas amazônicas de Ray. É o Trópico Úmido chorando, suando, gozando sobre, pelos e com os humanos que se intrometem, abruptos, na obra.

O escritor quando jovem,
em foto de Márcia do Carmo
Os personagens dessa outra dimensão, amazônica, surgem familiarizados conosco e ao mesmo tempo estranhos, desafiadores, ridículos ou exóticos. Pois não estão ali o atormentado Agostinho, o dr. Magalhães e seus impagáveis mugidos, a saborosa Frênia, lânguida desde a pia batismal? E a mitológica fauna humana: um menino com “olhinhos de tubarão e nariz de porco”; a mulher “com aspecto de lobo”; outra mulher “que cacareja”? Humanos, demasiado... Contra o pano verde do cenário vegetal vemos a selvageria urbana do tráfico de meninas intercalada com dramas freudianos/shakesperianos, e de súbito, mas suavemente, nos acaricia a narrativa de pequenos flertes e sutis amores.

Para entrar na Amazônia e no mundo fantástico de Ray Cunha há que se acolher seus símbolos mais caros: as zínias coloridas, as rosas colombianas, o  perfume inconfundível do Chanel nº 5, a tapioquinha e Cerpinha enevoada, o Ver-O-Peso. O autor planta esses elementos exóticos no Inferno Verde, e nele planta o próprio homem. Como se fosse difícil para o humano ser amazônico. Ou se forçasse a escolha: humano ou amazônico? O ser humano viceja, mas há algo errado, desconexo ou incompleto.

A Amazônia não é “o” mundo todo, mas “um” mundo todo. Um outro mundo. O planeta Amazônia que não é azul como a Terra, mas verde, terrivelmente verde, ou branco tal qual o medo de um tumor. Com sua natureza fascinante e temível, e seus habitantes inconclusos, os contos têm entre si uma espécie de amarração oculta, um cipoal encoberto pela floresta de palavras, e onde se esconde o temível jacaré-açu.

Na juventude, o escritor Ray foi pugilista amador. Certamente não era o mão de marreta. Vejo em suas luvas ágeis o estilo da pena do escritor: jabs repetitivos, incansáveis – não há nocaute, mas desgaste. Uma sequência contínua, bem encaixada, pode minar o adversário e lhe impor a derrota silenciosa. O tumor. O jacaré-açu.

SEGUE-SE BREVE ENTREVISTA COM RAY CUNHA – Como e por que você escolheu o título Na Boca do Jacaré-Açu?

Trata-se da história que dá título ao livro. Jacaré-açu é o grande réptil amazônico, que atinge mais de 6 metros de comprimento e meia tonelada de peso. No caso do conto, que se passa em Belém e na ilha de Marajó, representa a simbologia da morte. A personagem central da novela, o arqueólogo Agostinho Castro, é filho de um homem forte, dominador e suicida, Castro e Castro, que o leva à boca do jacaré-açu.

Em que período você escreveu os contos que compõem a obra?

Todos eles foram produzidos nos anos 1980/1990. Alguns já foram publicados; outros, são inéditos.

Os contos têm alguma ligação, um fio temático que os una e justifique, formando uma obra única?

Sim. Todas as histórias são ambientadas em Belém do Pará, a quem eu dedico o livro; algumas delas têm sequências no Ver-O-Peso, a maior feira livre da Ibero-América. O conto que dá título ao livro, Na Boca do Jacaré-Açu, como já disse, é também ambientado no Marajó, a maior ilha flúvio-marítima do planeta, situada no que eu chamo Mundo das Águas, especialmente o Amazonas, o maior rio do planeta, e que despeja no Atlântico pelo menos 200 mil metros cúbicos de água por segundo.

Quais escritores influenciaram sua obra e em quê?

Os escritores que me influenciaram – alguns ainda me influenciam – são muitos, mas há os mais importantes, os que abrem a porta para outras dimensões, como Antoine de Saint-Exupéry, Ernest Hemingway, Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa, William Faulkner, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha, e, no caso da Amazônia, Benedicto Monteiro, o mago de Verde Vagomundo. Todos eles me ensinaram, e continuam ensinando, coisas simples, mas fundamentais, como, por exemplo, enxergar uma rosa nua, extrair gemidos femininos das palavras, montar a luz, mergulhar como leão de asas, ver com o coração e garimpar rubis verdes.

Seus livros têm elementos autobiográficos? Quais?

Tudo o que fazemos é autobiográfico, o que não quer dizer que os livros que escrevemos são autobiográficos. Trata-se de um paradoxo, estou ciente disso. O que fazemos é autobiográfico porque o fazemos; contudo, a realidade carnal não existe, porque é limitada por altura, largura, espessura, gravidade e tempo. Só existe, permanentemente, a realidade absoluta, Deus. Assim, as autobiografias são romanticamente heroicas e jornalismo, às vezes, é mentira pura. Nesse aspecto, quando se fala em ficção verdadeira é porque o autor deu à luz. Deixando a filosofia de lado, há muitos elementos autobiográficos no meu trabalho, especialmente cidades, como Belém, Macapá, Manaus e Rio de Janeiro.

E os personagens dos contos? Foram baseados em pessoas conhecidas ou são criações da imaginação do escritor Ray Cunha?

Há personagens que nascem prontas; outras, são retalhos de várias pessoas; algumas, ainda, apresentam-se em sonhos e por meio de sons e visões.

Explique uma de suas marcas como escritor: a repetição, em diferentes obras, de elementos emblemáticos, como Chanel nº 5 e a personagem Frênia.

Tu bem o disseste: emblemáticos. Chanel 5 simboliza, para mim, sensualidade; o Caribe; noites tórridas, encharcadas de jasmim, em Macapá; maresia; o azul, tão azul que sangra; o perfume das virgens ruivas; rosas nuas; o primeiro beijo; colostro; negra em vestido de seda; mulher na chuva; espilantol. Daí porque são elementos recorrentes no meu trabalho de criação. Mais de uma pessoa querida já me alertou para o que lhes parece falta de criatividade. Mas certos elementos na escrita de um autor são como fases na produção de um pintor: passam. Quanto à Frênia, trata-se de um nome feminino danado de sensual; remete-me a frêmito, frenesi, frenética. Frênia soa como a uma certa noite em que nos dedicamos a mergulhar o mais fundo possível na mulher mais sensual do mundo; ela é lindíssima porque a desejamos, e está na nossa frente, nua.


*MARCELO LARROYED é mestre em Teoria Literária pela Universidade de Brasília e autor, entre outros livros, do romance Eco


SERVIÇO

Na Boca do Jacaré-Açu  A  Amazônia Como Ela É está à venda no site da Ler Editora (www.lereditora.com.br); na Livraria Sebinho, na 406 Norte, Bloco C; na Livraria do Chico, entrada principal da Ala Norte do Minhocão, no campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB), bem como Trópico Úmido Três Contos Amazônicos

Veja entrevista de Ray Cunha ao programa Tirando de Letra, da UnB TV, sobre Na Boca do Jacaré-Açu

sexta-feira, 11 de abril de 2014

RAY CUNHA AUTOGRAFA NA BOCA DO JACARÉ-AÇU, TRÓPICO ÚMIDO E O CASULO EXPOSTO NA BIENAL BRASIL DO LIVRO


BRASÍLIA, 11 DE ABRIL DE 2014 – De hoje até 21 de abril, Brasília sedia o maior evento editorial do Centro-Oeste, a segunda Bienal Brasil do Livro e da Leitura, na Esplanada dos Ministérios, ao lado do Museu Nacional da República Honestino Guimarães. Serão 10 dias dedicados ao mercado livreiro, seminários, debates, palestras, lançamentos e mostra de cinema. Aberta hoje à noite, no Museu Nacional, com a presença de Eduardo Galeano, a Bienal receberá o público em geral a partir das 10 horas deste sábado 12.

O uruguaio Eduardo Galeano, autor de trabalhos antológicos como As Veias Abertas da América Latina e a trilogia Memória do Fogo, é o homenageado internacional do evento, e Ariano Suassuna o homenageado nacional.

Estarei autografando três livros e lerei contos no estande da Livraria do Chico da UnB, no número 33 do Pavilhão A, instalado na direção do Teatro Nacional Cláudio Santoro: o recém-lançado Na Boca do Jacaré-Açu – A Amazônia Como Ela É (Ler Editora, Brasília, 153 páginas, R$ 25); Trópico Úmido – Três Contos Amazônicos (edição do autor, Brasília, 116 páginas, R$ 30); e O Casulo Exposto (LGE/LER Editora, Brasília, 153 páginas, R$ 28).

SERVIÇO

Estarei na Livraria do Chico, quarta-feira 16, a partir das 18 horas, e sábado 19, a partir das 15 horas.

VEJA ENTREVISTA DE RAY CUNHA AO PROGRAMA TIRANDO DE LETRA, DA UNB TV




Os embaixadores Jozef Smets, da Bélgica, e
Milena Smit, da Eslovênia, no lançamento do
livro Na Boca do Jacaré-Açu, no Sebinho 
Ray Cunha lê conto no bar Faixa de Gaza da
galeria Olho de Águia, em clic do premiado
fotógrafo Ivaldo Cavalcante
Ray Cunha, fotografado pelo artista plástico André Cerino,
em dezembro de 2013, no ateliê do pintor.
Ao fundo, acrílica sobre tela da fase Cidade